
Eu assisti uma parte do BBB8 e todo o BBB9... e, honestamente, minha sensação era a de que estava perdendo um tempo precioso! Mas eu precisava fazer isso, pra poder formar minha opinião... rs
Logo nos primeiros dias, dei conta da semelhança existente entre o BBB e o livro “1984” de George Orwell. Não é a toa que o programa chama-se “Grande Irmão” – em tempo, uma das novelas globais atuais utiliza o mesmo tema (santa criatividade, Batman!).
No livro, as personagens não possuem direito à intimidade, pois em todos os cômodos da casa, no trabalho e nas ruas, são constantemente vigiadas por câmeras. São censurados e apenados por qualquer deslize. Seus pensamentos e ações são monitorados.
A divisão da casa em 5 grupos, ou tribos, deixou o programa ainda mais parecido com nossa sociedade. Outro dia escrevi no blog do Sid e acho que ele aderiu ao meu pensamento: sobrevive aquele que consegue circular por todos os grupos, sem perder sua identidade.
Até a entrada dos ex BBB foi friamente calculada! A natureza do ser humano é afastar aqueles que tiram seu brilho, por isso, ao invés de os novatos aliarem seu “frescor” à experiência dos mais velhos, tentariam expulsá-los o mais rápido possível. E, assim, teriam pelo menos duas semanas para se mostrarem ao público e não sofrerem um julgamento precipitado, com eliminação logo na primeira semana. Ao que tudo indica, o tiro saiu pela culatra.
Mas, a verdade, é que o programa nada mais é do que uma variação sobre o mesmo tema: preconceito. Todos são rotulados e sofrem preconceito por seus rótulos. Os gays, os inteligentes demais, os bonitos demais, os sarados demais e os “ligados” demais... aliás, o que significa “ser ligado”???? Ainda não entendi muito bem, mas acho que eles precisavam ser encaixados em algum grupo, então, criaram este... rs
Criticar ou endeusar esse ou aquele participante é mostrar seus próprios preconceitos!!! E é isso que tenho visto por aí... o que vc critica neles, é o que não tolera no cotidiano. Em qualquer lugar, tem o cara que quer aparecer demais, a fulana que usa o corpo pra se mostrar, o gay que se sente perseguido, a gordinha inteligente com baixa auto-estima, o cara experiente jogado num grupo de jovens cheirando a leite e que se sente fora do contexto, a fulana que só sabe especular o tempo inteiro, a(o) fofoqueira(o), o que está lá só pra fazer número, entre outros...
Como diriam os franceses... “C’est la vie”... o que nos resta não é julgar o participante X ou Y, mas sim, analisarmos nossas reações com relação a eles e enxergarmos nossas próprias inquietudes... aprendermos sobre nós mesmos e não entrarmos no jogo, pois ele acaba e, certamente, não seremos nós que ganharemos um milhão e meio de reais!!!